Wednesday, August 1, 2007
Míudas normais VS. Loiras falsas
Conhecem as Bratz? São as bonecas que há uns anos conseguiram destronar as Barbies no Estados Unidos. Só por isso vale a pena olhá-las com um bocadinho de mais atenção. E o engraçado é que este fenómeno tem não só a ver com grandes jogadas de marketing porque estes senhores sabem o que as crianças gostam. Tem a ver com o facto de se direccionarem também para os adultos. E neste caso, tem a ver com a mudança de atitudes das mães. (O que não deixa de ser um pouco assustador, mas ao mesmo tempo interessante).
Depois de muitos estudos de mercado chegou-se à conclusão que o conceito da Barbie: a loira perfeita com uma vida cor de rosa e o marido/eterno namorado perfeito sem cáries já não estava dentro dos parâmetros. (Dah! Só agora?).
A Barbie foi criada em 1959, altura em que a emancipação das mulheres era tema de honra. Daí a boneca apresentar opções de vida para essas mulheres. Para além de ser dona de casa (perfeita, claro) ela podia ser veterinária, professora, enfermeira e mais um rol de profissões femininas que, de preferência, pudessem ter vários extras para serem vendidos juntamente com a boneca.
A Bratz passou a outro nível, mais actualizado. Elas já não oferecem opções de profissões (está generalizado, no mundo ocidental, que uma mulher pode seguir a carreira que quiser) as meninas já crescem a saber os seus direitos.
Então o que vendem as Bratz?
Para começar o nome vem de Brat, que em Inglês pode querer dizer alguém indisciplinado, indulgente. Depois vendem estilo, formas de viver, opções de vida, várias nacionalidades. (Obviamente com o glamour que uma boneca deve ter). Vendem um corpo normal (até com alguma tendência para o elefantismo no caso delas ;), têm várias cores de pele e de cabelo. São adolescentes, umas mais cool, outras mais vamps, (algumas até têm um estilo com um pezinho nas barracas :). Mas isso é sinal dos tempos, é isso que as miúdas vêm na MTV e na cultura Rapper que, caso ainda não tenham reparado, domina as tendências actuais. E é isso que as tornaram um sucesso.
A chegar ao ponto de uma das bonecas ser descontinuada porque supostamente seria Japonesa e, por engano, lhe ter sido dado um nome chinês, o que ofendeu multidões por se estar a confundir duas culturas só porque são ambas orientais.
Embora seja completamente leiga, acho que à luz da sociologia esta história é muito interessante e é realmente um sinal dos tempos. Na área da Publicidade acho uma grande sacada de quem sabe realmente o que anda a fazer (ah, quantos Dir de Marketing deste país podiam aprender umas coisinhas com esta gente).
Quanto às bonecas, terão e passarão os valores que nós quisermos passar aos nossos filhos. Tanto a Barbie como as Bratz, como outras quaisquer sem grandes histórias por trás.
De qualque forma, aqui em Portugal ainda reina a loira milionária. Afinal, num país onde imperam as nuances, que outra coisa seria de esperar?
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