Byblos

Levei a minha filha à Byblos pois agradou-me a zona infantil quando tinha lá ido. Foi óptimo, têm um barco de piratas (miniatura para nós, gigante para eles). Dá para andar a mexer nos livros, para eles verem tudo sem o usual mau humor do nosso serviço tuga.

Pena não haverem mais livrarias com espaços assim para as crianças. Sei da Bulhosa em Campo de Ourique, que também tem um espaço infantil e acho que há pelo menos uma livraria só de livros infantis em Lisboa, mas não sei onde fica (se alguém souber...).

Até aqui tudo bem na Byblos. Agora o belo do serviço para os mais crescidos, naquela que se intitula a livraria que tem tudo:

Secção BD

Eu: Tem o "Persepolis"? O segundo volume?

Empregado 1: Só um momento que vou perguntar ao meu colega.
Temos o Persépolis?

Empregado 2: Quê? Não PERCEBO nada do que estás a dizer. Ahahahaha.
(Empregado 1 olha para mim na vã esperança de que eu não estivesse a ouvir)

Vamos ver no computador. Ora... (e escreve) PRECEPLIS

Eu: (Soletrei a palavra)

Empregado 2: Não temos. Já tivemos mas já não há....

Eu: ....

Não era suposto num sítio daqueles me perguntarem se queria mandar vir? Que daqui a 1 semana iam ter outra vez? Que está esgotado e que nunca vou achar? Se queria que fossem buscar aos confins do mundo porque são a maior livraria do país? Qualquer coisa?

Claro que também não me apeteceu perguntar. Vou comprar noutro lugar....

Brazelton

Há quem fale mal deste pediatra e há quem fale muito bem. Sei que já tem vindo dar umas palestras cá e tudo, mas isso era quando a minha principal preocupação era saber onde ía jantar nessa noite.

Quando fiquei grávida da outra vez, uma mãe já experiente ofereceu-me este livro: "O Livro da Criança" (não o consigo achar na net ?!?, vou ter de lhe tirar uma foto mais tarde) e só me tem ajudado. Tudo o que ele diz me parece coerente e com dicas que me ajudaram ao longo destes quase dois anos. Sim, porque uma ajudinha vem sempre a calhar.

Hormones are killing me

Como eu já me tinham esquecido de como ficamos sem paciência e irritadiças durante a gravidez... (também quem é que disse que eu era paciente antes?)

Maridos, assim que virem o teste dar positivo preparem-se para as hostilidades, porque isto vai sobrar para todos.

No sábado já pus uma Sra da lavandaria no lugar dela só com um olhar. Fiquei tão orgulhosa do mau feitio. É agora que algumas pessoas começam a evitar ir almoçar comigo às zonas de restauração dos shoppings.

Não sou a única pois não?

Bolacha....bolacha....

Eu: Vamos à rua passear?
Ela: Não.
Eu: Vai ser giro, podemos procurar um cão que gostas tanto...
Ela: Não. Quero ir à rua comprar "dolacha"

Ainda no rescaldo dos presentes de Natal... ofereceram-nos um jogo desta marca. Para além de ter imagens giras os jogos parecem interessantes e de grande qualidade. Dá para comprar pela Net, mas gostava de saber onde é que isto se vende por cá.

Beatrix Potter

Por coincidência, tinha eu acabado de ver o filme da biografia da Beatrix Potter quando nos ofereceram uns livrinhos dela. Lembrava-me destas ilustrações de quando era pequena e ía à biblioteca buscar livros.

São histórias de antigamente, longe do politicamente correcto que hoje se impõe em tudo, mas também quem disse que o politicamente correcto é sempre correcto? E para além disso, as ilustrações são maravilhosas.

Para ajudar, a senhora foi uma mulher exemplar, numa época em que pouco mais era concedido às mulheres para além de um casamento e filhos.

A nossa casinha

Este é o brinquedo do momento cá em casa. Andava a namorá-la há meses. Lembrava-me que adorava brincar às casinhas em caixas de frigorificos (impensável hoje em dia: ai está sujo, ai que feio, ai que nojo e sei lá mais o quê).

Talvez por isso, quando a comprei achei que tinha sido futilidade minha, algum recalcamento por esta ser a verdadeira casinha de menina, e que provavelmente me iria arrepender e que só iria ocupar espaço no quarto. Felizmente estava muito enganada.

Nunca nenhum brinquedo rendeu tanto. São horas a ver livros lá dentro, a brincar aos cházinhos lá dentro, a esconder lá dentro, a dar comida aos bebés lá dentro.

Fiquei contente, afinal as meninas de antigamente e de hoje "just wanna have fun" ;)

Girl Power

Desde o meu primeiro rebento - há relativamente pouco tempo atrás - que a ciência (ou a capacidade de enganar futuros pais) já avançou mais um pouco.

Imaginem que, através de um pequeno teste de sangue, já se pode saber o sexo das crianças com apenas 8 semanas de gestação. Dizem eles que se for rapaz que o cromossoma masculino é detectável na corrente sanguínea da mãe. Eu, como vos disse várias vezes, não sou dada às ciências, como tal comprei a explicação.

Porque está claro que cá em casa e arredores ninguém queria esperar 9 meses pela surpresa do dia do nascimento. E até que o meu lado prático teria um esgotamento nervoso, eu precisava saber se ía despachar a roupa da primeira e virar-me para os carrinhos ou se, por outro lado, ía rentabilizar as caixas de roupa que uma criança com tias consumistas consegue acumular ao longo de 2 anos.

E pronto, foi assim que soubemos, com 99% de probabilidades de acertarem, que o mundo é das mulheres e que, pelo menos aqui em casa, vamos reinar! :)

Agora fica a dúvida: é se fazemos parte do 1% de margem de erro. Mas tudo bem, se for assim descobrimos na próxima ecografia, mesmo a tempo da próxima colecção Primavera/Verão ;)

Persepolis

Para pena de uma pessoa cá em casa, não sou a maior fã de banda desenhada. Conheço o básico e gosto, mas sem a paixão que move muitos. Mas este Natal ofereceram-me este livro, Persepolis (já adaptado para o cinema, vejam aqui o trailer) e digo-vos é das melhores coisas que já li.

Desde o "Maus" (relato dos sobreviventes ao nazismo) que uma BD não me despertava tanto interesse. É uma obra prima. Muito simples, com umas ilustrações a preto e branco e, talvez por isso, até pouco apelativas à primeira vista. Mas do mais cuidado, feminino e bem contado.

É a história da transformação do Irão numa ditadura islâmica contada por uma miúda da classe média. De como mulheres habituadas a uma vida normal foram obrigadas a render-se ao véu e a muitos outros costumes islâmicos.

Mais do que isso é uma forma de nos fazer pensar como a aparente normalidade e segurança que temos pode, quase sem se darmos por isso, desaparecer. E como os pais e mães nessas situações têm de reagir.

Para além disso, é muito interessante, termos outra versão do Médio Oriente que não a que nos chega pelas notícias todos os dias. Vale mesmo a pena.

Obrigada S. pela oferta.

Conselho de Mamã

Nos últimos tempos o que mais ouço é pessoal a repensar as vidas, chateados com situações que não mudam. Uns por medo, outros porque não podem, ou acham que não podem mudar, outros porque acham que mudar não é solução (?!?).

Já que estamos no começo de um ano novo, que não quer dizer nada e quer dizer muito, repensem então as vidas, mas pensem em dar passos, que embora vos amedrontem podem levar-vos a lugares mais felizes do que os que têm. (Se essa for a vossa vontade é claro).

Às vezes é preciso dar um passo para trás para depois dar um para a frente. (Eu acho que até já dei dois para trás de uma vez só, mas ainda aqui estou para contar e não me arrependo ;)

Somos todos tão novos que não vale a pena ficarmos agarrados a falsas seguranças, se isso não nos deixa felizes. Indo contra (e com todo o gosto ;) o chatinildo do Paulo Coelho, nem sempre a flor mais bonita está no nosso jardim. Às vezes temos de procurar noutros jardins, descobrir novas coisas.

Vá, peguem na vossa coragem e façam o que sempre vos apeteceu tentar: na vida pessoal, no emprego, no que for. Não vamos continuar esta geração de Tugas queixosos mas que não saem do lugar.

E agora desculpem-me mas tenho de parar, o foleirómetro da auto-ajuda já atingiu o máximo.

Bolachas e Bom Senso

É com vergonha que aqui assumo que nos últimos tempos tenho usado muito das primeiras e pouco das última.

Não sei se é uma fase da idade, se é a percepção (vá-se lá saber como) de que vem aí mais uma criança para lhe fazer concorrência, mas as birras da minha filha sucedem-se. De uma pequena santa que ía para todo o lado feliz e contente, passámos para o Pack birras no chão a bater pés e mãos, com direito a gritos e muitos "Pára!" e "Ajuda!". Se ela aprende "Acudam" estou feita ;)

Qualquer tarefa implica o dobro (ou triplo) do tempo, uma paciência infinita e argumentações dignas de séries de tribunal. Como a minha filha ADORA comer, tenho usado a bolacha como moeda de troca.

E aqui fica a minha vergonha com uma atitude tão pouco pedagócia, e por favor não me dêem sermões sobre obesidade infantil, porque eu própria me repreendo sempre que o faço, mas é o desespero que fala mais alto:

- Olha J. agora tens de ir para o carrinho, vamos passear.
- Não.
- Olha mas senta-te que a mãe vai levar-te a ver coisas muito giras.
- Não! Pára!
- Mas podemos procurar um cão na rua, tu gostas tanto de cães.
- NÃO QUERO!
- Mas a mãe não consegue levar-te ao colo e ao carrinho ao mesmo tempo...
- BUÁÁÁÁ!
- Não queres ir procurar o cão? Então o que queres ir ver?
- BUÁÁAÁÁ! (acompanhado de cena no chão a bater os pés)
- Bem , se não vais a bem vais a mal. Agora vais para o carrinho!
- (Enchendo os pulmões e pondo o corpo em prancha para não haver hipótese de a sentar) Pára!Pára! Ajuda! Chãaaaaao!
- Por favor... a mãe promete que quando puder te tira do carrinho e vais a pé.
- BUÁÁÁÁ! CHÃAAAAOOOO! PÁAAAARA!
- J! Senta-te no carrinho que a mãe dá-te uma bolacha.
- Xim!

Percebem a minha frustração? A única coisa que me vale, é que não é esquisita nas bolachas. E neste momento já passei para as de água e sal....

Mamã dá licença Parte II

Agora é oficial. Há 3 meses que começou a 2ª tarefa mais complexa e compensadora da minha vida. ;)












(Mais uma vez os meus agradecimentos ao Perdido pelo desenho)